Terceirização da montagem de móveis apresenta-se como tendência no varejo brasileiro
O ano de 2014 não vai deixar saudade para muitos setores, dentre eles em especial para o segmento de fabricação e venda de móveis convencionais.
O ritmo de lançamentos imobiliários que seguia em crescimento constante desde a década anterior, passou por ajustes em 2013 e sofreu uma sensível perda de ritmo em 2014.
Não diferente deste contexto, o varejo do mobiliário acompanha o comportamento do mercado ao qual tem o direcionamento de seus produtos.
Uma coisa pouco visível no Brasil até 2013 era a inflação dos serviços, sendo que atualmente é fácil encontrar eletricistas, encanadores, pedreiros e demais prestadores de serviço em condições financeiras equivalentes a advogados, bancários e outros profissionais antes em situação privilegiada frente aos prestadores atuais.
A mão-de-obra dos serviços talvez tenha sido o item que mais se valorizou frente à inflação ultimamente, chegando ao ponto de gerar dificuldade para os mais variados segmentos que trabalham com estes profissionais como funcionários.
Particularizando, os custos da montagem de móveis para o varejo sofreram forte impacto nestes últimos 3 anos de maneira efetiva. Isto não significa que o montador de móveis funcionário esteja com altos salário e nem que ous montadores de móveis autônomos tenham as agendas repletas de serviço.
O que existe de fato é uma questão extremamente simples, com a queda das vendas, os custos ficaram mais significativos, afetando diretamente a margem de comercialização do mobiliário, e isto vale para a cadeia moveleira de maneira generalizada. Mesmo com a melhoria ocorrida em novembro, os números estão longe de cobrir os resultados do ano inteiro.
Dentro da visão do varejista, a terceirização dos serviços de montagem é uma saída interessante, que poderia ser extremamente significativa. PODERIA, isto deve-se a duas variáveis bem delineadas, a extinção de encargos e ações trabalhistas e o fim da necessidade de bancar uma equipe de montagem cara, visto que baixos salários significam obrigatoriamente baixa qualificação profissional ou baixa produtividade.
Existe um grande entrave para este dilema na escolha funcionário x terceiro. Passamos pela constatação de que é necessário capacitar as pequenas equipes de montagem que atendem as terceirizações. Nós aqui do POM temos atendido algumas lojas que desejam contratar nossos serviços de treinamento voltado à equipes de montadores terceirizados. Mas esta iniciativa é muito tímida dentro do montante de lojas existentes.
Este treinamento voltado ao montador é diferente pois não basta ensinar a montagem em si, aliás a parte técnica seria a parte mais simples. O grande calcanhar de Aquiles é a questão do empreendedorismo.
Algumas equipes não sabem crescer e outras acreditam que podem crescer desordenadamente, causando assim sérios prejuízos de reputação para os lojistas, na medida em que tapam buracos com profissionais sem treinamento no atendimento, sem um padrão profissional definido. Não cumprem horário, criam na casa do ciente uma situação comercial diferente do combinado e assim por diante...
Acredito que estejamos vivenciado um período interessante dentro deste mercado. Interessante não quer dizer bom ou ruim, quer dizer que algo tende a mudar e precisa ser observado de perto. Este movimento de terceirização dos serviços de montagem adentrará o ano de 2015 e deve gerar mudanças em diversas interfaces de relacionamento comercial do segmento.
O que esperamos é que o cliente, mesmo pagando a conta desta mudança, seja o grande beneficiado no tocante à qualidade e ao atendimento quando o assunto é montagem de móveis!
C. Perin
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